O cálculo de férias pode não ser a tarefa mais simples do mundo, mas não precisa ser um bicho de sete cabeças. Neste post, vamos disponibilizar uma calculadora de férias e também explicar tudo o que se refere ao assunto. Vamos lá?
Calculadora de férias
Como funcionam as férias trabalhistas?
Depois de 12 meses de trabalho na mesma empresa, você tem direito a um período de até 30 dias consecutivos de férias remuneradas. Isso significa que você tem direito a descansar nesse período sem deixar de receber o seu salário. Ao tirar férias, você ainda ganha o valor adicional de ⅓ do seu salário.
Quantos dias posso tirar?
É importante saber que você não precisa tirar esses dias todos de uma vez. A nova lei trabalhista permite que os profissionais dividam as férias em até três períodos, contanto que um deles não tenha menos de 14 dias e os outros dois não tenham menos de 5 dias.
Também vale destacar que você não precisa tirar seus dias de descanso imediatamente após completar os 12 meses de empresa. A lei determina apenas que você tire esse período de descanso antes de completar o segundo ano de trabalho. Na prática, isso significa que você não pode acumular duas (ou mais) férias.
É permitido vender férias?
Outro ponto importante é que você pode “vender” até 10 dias das suas férias para a empresa e ganhar esses dias de “descanso” em dinheiro. Isso significa que você descansaria 20 dias e trabalharia os outros 10 dias ganhando a mais para isso.
O que são férias proporcionais?
Cada mês trabalhado em regime CLT dá ao profissional o direito a 1/12 de férias. Férias proporcionais, então, são a soma de todos os 1/12 de férias que você tem direito de receber em dinheiro em caso de dispensa sem justa causa, por exemplo.
Isso significa que quando você começa a trabalhar na empresa em janeiro e é desligado em junho, o cálculo de férias equivale a 6/12 das suas férias, ou seja, metade do seu salário.
Quando recebo o dinheiro das férias?
O funcionário recebe o dinheiro das férias até 48 horas antes de parar de trabalhar.
Quem tem direito a férias?
Todas as pessoas que trabalham no regime CLT têm direito a férias, sejam os contratos efetivos, parciais ou intermitentes.
Colaboradores com um ano de empresa
Colaboradores com um ano de empresa têm direito ao período de férias quando completam 12 meses de trabalho.
Colaboradores desligados
Colaboradores desligados têm direito a receber na sua rescisão o valor equivalente às férias proporcionais. Se houver um período de férias vencido, você tem direito a um mês a mais de salário e também ao adicional de ⅓ de salário. Se não houver férias vencidas, você recebe apenas o valor proporcional aos meses trabalhados.
Férias coletivas
Se a empresa em que você trabalha costuma conceder férias coletivas no final do ano, esse período de descanso pode ser descontado das duas férias individuais. O empregador tem direito de escolher o período de descanso dos funcionários tanto para as férias coletivas quanto para as individuais. No segundo caso, é possível e comum negociar com ele o melhor período para você, mas a decisão é dele.
Como Calcular Férias?
Para fazer o cálculo de férias, você adiciona 1/3 (um terço) do seu salário bruto ao seu rendimento e depois disso aplica os descontos proporcionais. O mais importante é prestar atenção nos descontos, justamente quando você opta por vender um terço das férias e adiantar a primeira parcela do 13º salário.
Como calcular férias 30 dias?
Veja um exemplo de cálculo de 30 dias de férias: o valor recebido é o salário integral, acrescido de um terço menos os descontos. Ou seja, quem tem salário de R$1.500 vai ganhar R$1.835,68, compostos por salário (R$1500), mais um terço (R$1.500 dividido por três, ou seja, R$500), menos INSS de 9% (R$164,33).
Quem tem salário maior que R$1.800,00, por exemplo, também deve considerar o desconto de IR sobre o valor a receber. Neste cálculo, valor líquido seria de R$2.168,89, compostos por salário (R$1.800), mais um terço (R$600), menos INSS de 9% (R$209,64) e Imposto de Renda (R$21,48).
Vendendo 10 dias de férias
O cálculo de férias com abono pecuniario também é simples. Por exemplo, se seu salário for de R$1.500 e você opte por vender um terço das férias, o valor líquido a receber será de R$1.895,68, compostos por 20 dias de férias (R$1000) mais um terço (R$333,33), mais venda de 10 dias de férias (R$500), mais 1/3 sobre a venda (R$166,67) e menos INSS (R$104,32).
Adiantando o décimo terceiro
O cálculo de férias com adiantamento do décimo terceiro é fácil. Vamos a um exemplo de uma pessoa cujo salário é R$ 1.500. Soma-se seu salário (R$1.500), mais 1/3 do abono (R$500), mais a primeira parcela do 13º (R$750,00), menos INSS (R$164,33), totalizando R$ 2.585,68.
Antecipando o décimo terceiro e vendendo 10 dias
Há ainda a opção de adiantar a primeira parcela do décimo terceiro e vender férias ao mesmo tempo. Se fizer isso, o valor líquido a receber será de R$2.645,68, resultado cálculo de 20 dias de férias (R$1.000), mais 1/3 do abono (R$333,33), mais venda de 10 dias (R$500), mais 1/3 sobre as férias vendidas (R$166,67), mais a primeira parcela do 13º (R$750,00), menos INSS (R$104,32).
Não tirar férias é bem visto?
Cada vez menos o brasileiro decide não tirar férias de 30 dias corridos. O mais comum no ambiente corporativo é a escolha por períodos menores, fracionados ao longo do ano. Por que isso tem acontecido?
As causas são muitas, conforme aponta pesquisa da consultoria Betania Tanure Associados (BTA). Entre elas estão equipes enxutas, o que dificulta a ausência por muito tempo; e o medo do profissional ser substituído nesse intervalo, já que alguém terá de assumir as funções do cargo. Um dos dados mostra que nove em cada dez profissionais não tiram as tradicionais férias e que, entre eles, 1/3 abre mão do descanso há pelo menos três anos.
Para Ana Luiza Albuquerque, da consultoria BTA, esse comportamento acaba não sendo saudável para a vida pessoal e profissional do funcionário. Por isso, engana-se quem pensa que as empresas valorizam mais os profissionais que nunca usufruem do descanso. “As férias são fundamentais para recarregar energias, estar com a família e exercitar a habilidade de dividir tarefas e delegar funções” afirma.
Desfrutar desse direito também faz parte da cultura do país. Isso porque um estudo global conduzido pela Northstar e divulgado pela Expedia.com.br revelou que somos o terceiro país que mais respeita o direito à tirar férias.
É preciso ter equilíbrio
Muitos profissionais se acham super-heróis e insubstituíveis em suas rotinas corporativas e, por isso, se culpam por tirar férias, apoiados na grande demanda de atribuições. “Essa é uma realidade que pode ser modificada com o exercício de dividir atividades e formar na equipe sucessores de suas tarefas. Assim, a culpa por estar fora acaba minimizada.”
Na avaliação de Ana Luiza, outro ponto a ser analisado é o planejamento das férias em harmonia com os períodos de maior importância para a empresa. “Esse entendimento entre as partes é item valorizado no competitivo mercado de trabalho”, conclui.
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