Você se considera uma pessoa criativa? É muito comum acharmos que somos ou não criativos e ponto. A resposta para essa pergunta irá depender da maneira como você olha para criatividade.
Eu acredito que criatividade é algo que todos já vivemos muito intensamente na nossa infância. Costumo ver criatividade como a capacidade de trazer algo de novo para o mundo. Você pode exercer a sua criatividade escrevendo um poema, discutindo uma nova ideia com os amigos, aprendendo a costurar ou simplesmente inventando algo novo para cozinhar no jantar.
A criatividade não precisa se limitar a grandes ideias revolucionárias. Ela pode estar presente em pequenos atos e na forma como olhamos para o mundo e para as pessoas à nossa volta.
Neste artigo você verá:
Como é possível desenvolver sua criatividade
1. Tenha uma mentalidade de crescimento
A nossa capacidade de criar começa justamente na nossa visão. Precisamos ter o que a pesquisadora e professora de Stanford, Carol Dweck, chama de mentalidade de crescimento. Manter a mente aberta e acreditar que podemos nos desenvolver, aprender e, assim, adquirir novas competências, a criatividade inclusive, é o primeiro passo a dar.
2. Participe ativamente de diferentes experiências
Praticar a nossa presença, seja onde for, é o passo seguinte para uma vida mais criativa. Estar realmente entregue às experiências que vivemos. Isso será capaz de trazer aprendizado que, mais tarde, poderá se conectar a algo que nem imaginávamos.
Por exemplo, pode ser que você aprenda algo em uma aula de dança, junte isso com um conhecimento de uma técnica nova de fotografia e, com isso, lance um livro falando sobre os movimentos do corpo.
A questão é que nem sempre você vai saber logo de cara o propósito ou utilidade por trás daquele novo conhecimento. Ainda assim, estar 100% presente e tentar diversificar as suas áreas de conhecimento é o que pode trazer essa combinação com potencial inovador.
Até mesmo ao escrever um e-mail ou assistir a uma palestra sobre um tema que você não conhece, você pode se engajar de modo a extrair algo dessa vivência.
3. Conheça o propósito
Enquanto coletamos experiências, podemos ter o desejo de criar. E, nesse momento, precisamos parar e refletir: por que queremos fazer isso? Para que serve? Para quem é direcionado?
Entendendo o propósito e, colocando em primeiro lugar as pessoas para as quais essa ideia se destina, poderemos criar algo que realmente tenha valor. Quem será beneficiado(a) a partir disso que você pretende criar? Sabendo o porquê, entendemos que nem sempre a nossa primeira ideia é a melhor.
Também percebemos que existem diferentes formas de atender a um mesmo propósito. Por exemplo, se você percebe que, ao invés de criar uma nova marca de camiseta, o que move esse desejo é comunicar ideias de maneira simples e diária na vida das pessoas, você pode começar a ver outras alternativas para realizar isso. Pode até compreender que perguntar às pessoas pode ser uma ótima forma de decidir que caminho seguir.
4. Permita-se estar vulnerável
Então é chegada a hora! É preciso parar de pensar tanto e agir. Não espere estar pronto para testar. Caso contrário, a sua ideia pode ficar esperando na gaveta por um bom tempo. É importante aproveitar a sua motivação e transformar, mesmo que de modo improvisado, aquilo que ainda é apenas uma ideia em algo real. Só a partir disso que você terá insumos para melhorar.
Ver como as pessoas reagem, entender se funciona e fazer ajustes. Isso é chamado de prototipagem, ou seja, criar uma primeira solução barata e fácil de fazer para testar a sua ideia.
E para que vulnerabilidade? Você precisa ter a coragem de se expor, de realmente assumir o risco de tirar essa ideia da sua cabeça, tentar “traduzi-la” em algo concreto e espalhar pelo mundo. Aceitar as imperfeições que virão à tona e compreender que elas fazem parte do processo.
Imperfeições não indicam que você errou, indicam que você está aprendendo. Por isso, em especial nesse momento, é preciso manter aquela mentalidade de crescimento e saber que quanto mais você se permitir ser vulnerável – ou em ser quem você é, em outras palavras – melhores serão os resultados!
5. Confie no processo
É muito importante respeitar o seu ritmo e a sua natureza. Quero dizer, você deve ter uma maneira de lidar com certas situações que pode ser diferente de como seus amigos lidam ou, até mesmo, de como você gostaria de lidar.
Tente não se cobrar demais. Isso pode acabar gerando muita pressão e paralisar você no medo. Medo de não ser bom. Medo de não dar certo. Medo do que os outros vão dizer. Enfim, a lista de medos é grande. Por isso, ao invés de se apegar a todos esses medos de “e se…?”, que tal olhar para o seu processo de criatividade com mais amor? Não estou falando do amor romântico e, sim, do amor de confiar. Confiar em você, na sua capacidade e saber que esse processo irá valer a pena independentemente dos resultados.
Muitas vezes, ficamos presos a idealizações de como serão os resultados. Queremos para ontem. Queremos que seja perfeito. Que todos gostem. Que seja um sucesso em vendas. E esquecemos que os resultados são consequência do processo, isto é, do caminho que escolhemos percorrer. Essa caminhada terá desvios, pedras no meio do caminho e surpresas. Se entendermos que isso faz parte e que o processo pode, muitas vezes, contar mais que o ponto de chegada, talvez haja mais espaço para a criatividade espontânea. Aquela que tínhamos quando criança que não se preocupava tanto para que algo serviria ou o que todos pensariam e simplesmente fazia, criava, brincava. Permita-se brincar mais durante o processo!
6. Reserve um espaço para melhorar
Assim como nossa mentalidade deve estar voltada para o crescimento no início, também deve ser no final, porque a verdade é que o fim pode ser apenas o início de um novo ciclo. Depois de criar, testar, perguntar, ajustar, é hora de tentar de novo. Quantas mais vezes você quiser ou achar necessário. A criatividade não precisa chegar a um fim. E as melhorias contínuas que fazemos podem tornar a nossa ideia original cada vez mais forte e completa.
Não podemos desviar para a mentalidade fixa de acreditar que se fomos uma vez criativos, somos criativos para sempre. A criatividade, assim como outras competências, é algo que podemos desenvolver cada vez mais, dia após dia. Quanto mais você praticar e quanto mais observar essa prática de uma maneira consciente, melhor. É fundamental exercitar a reflexão e entender onde você acertou, onde errou, o que faltou ou o que surpreendeu. Assim, você entrará em uma espiral de crescimento e poderá viver cada vez mais a sua criatividade.
Fazer isso com pessoas que estão no mesmo movimento acrescenta ainda mais. Por isso, procure quem mais quer exercitar a criatividade e não tenha medo de ser vulnerável junto com elas!
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*Stephanie Crispino, autora do post, é coach de carreira e fundadora da Proposital Coaching. Também atua como Chief Marketing Officer da TRIBO | Purposeful Transformation.